Dia 16 de Julho de 2010, os festival Marés Vivas já vai a meio, e uma noite de concertos espetaculares avizinha-se, A Silent Film, David Fonseca, Placebo e Peaches prometem dar uma noite inesquecível ao público do Norte. Desde já destaco um aspecto positivo na organização, consegui estacionar, comprar bilhete e entrar em cerca de 15 minutos, coisa que nunca pensei fazer num festival.
Mas passando aos concertos, por volta da hora marcada o grupo inglês, A Silent Film, entra em palco ainda com a plateia a meio gás, mas pronta para um bom concerto. Apesar de ser a quarta vez quem esta banda passa por Portugal no espaço de um ano, o público rende-se á sua actuação, notando-se ainda que são um bocado novos e que o seu repertório ainda não é muito conhecido por estas andanças. Com músicas como "Julie June", "Thirteen Times The Strength", "You Will Leave a Mark" e com uma vista sobre o por-do-sol fantástica (várias vezes referida pela banda) o quarteto dá um concerto agradável, óptimo para abrir a "noite" do festival.
Seguidamente, entra em palco o único artista português a actuar nesse dia no palco principal. David Fonseca, começa o concerto na sua cabine telefónica "inglesa" e com a gloriosa música dos Queen "I Want to Break Free". Começando um concerto já mais composto, tanto a nível cenográfico com a nível de público. Passando por músicas como "Kiss Me, Oh Kiss Me", "Stop 4 a Minute", "Someone That Cannot Love", "The 80's" e até um (dos vários) cover de "Sabotage" dos Beastie Boys. Bem o concerto até que estava bem encaminhado, até que começou a "descambar" um bocado quando começa a entrar mais num ambiente de discoteca (nem eu percebi o propósito dessa parte), podia ter feito bem melhor, pois ainda tinha um bom "molho" de músicas que podia tocar e que iriam fazer o concerto bem melhor. Destaque negativo apenas para esta parte, porque de resto este Senhor da música portuguesa portou-se lindamente.
Bem, e chega o momento mais esperado da noite, o plateia enche ao seu máximo, são praticamente 24 mil pessoas para ver o mesmo, a banda londrina que depois de ter passado por momentos mais complicados, regressa no seu auge. Pois é, e parece que desta vez vieram cá para impressionar, com uma setlist muito "old school" e a banda completamente "fora de si", dão um concerto de arromba, com músicas como "Bionic", "Every You, Every me", "Special Needs", "Breathe Under Water", "Meds", "The Never Ending Why" e a fantástica "Song To Say Goodbye". Nota máxima para o vocalista, Brian Molko, que este muito dado ao público, e muito efusivo. Até a mim me deixou espantado.
Sim, valeu a pena ir ver estes senhores que com uma setlist sólida, a ajuda do público, e muita festa, e um concerto de quase duas horas, provaram mais uma vez o porque de terem tantos fãs em território lusitano.
Já é quase uma da manhã, no palco os técnicos preparam o material para a artista "desconhecida" da noite, na plateia nota-se o desvaste de público, enquanto esperava pelo concerto assistia a uma rapariga a dizer "Oh, não se vai embora, Peaches é muito porreiro", mas a verdade é que cada vez mais o público começava a desaparecer. Até que entra em palco um vulto, idêntico ao Homem das Neves. Estava prestes a começar o concerto da noite no palco principal. Com a música "Mud", Merril Nisker prepara-se para cativar o povo do norte, poucos sabiam o que se ia passar alí na próxima hora e meia, mas bastaram quinze minutos de concerto e três músicas, para Peaches já andar num crowdsurfing infernal, e ter os poucos milhares de resistentes a seus pés. Com músicas como "Show Stopper", "Tombstone", "I Feel Cream" e muita sensualidade em palco, Peaches leva o concerto para outro patamar, conseguindo até andar sobre o público, tal como ela disse "Jesus walks on the water, Peaches walks on you!" e até champagne mandou para o público. Sempre provocadora, sempre com o tema principal "sexo" e a mudar constantemente de ornamentos/roupa, esta Senhora chega ao encore a conseguir meter metade da plateia em tronco nu com a música "Set It Off". Pois é, podia não ser o nome mais sonante no cartaz do dia, podia nem ser a que tinha mais fãs, mas que conseguiu meter a plateia toda a dançar, a gritar e a aplaúdi-la? conseguiu, e de certeza que saiu com muitos mais fãs que esperava.
Nota máxima da noite para ela que conseguiu fazer o quase impossível após um concerto tão bom como Placebo. Sim, ela foi "A Dona da Noite".
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